É costume dizer que os números não mentem. Por si só, no seu próprio contexto lógico, a afirmação é verdadeira. Já no contexto humano, é frequente a formulação de inverdades quantitativamente ilógicas e, por descaso, omissão ou imperícia, a produção de números imprecisos. 

A providência mais elementar, quando se constata situação de risco, é quantificar. Muito simples: medir a temperatura do planeta, para decidir o que fazer; medir a produção de comida, para decidir o que fazer; medir a satisfação com o governo, para decidir o que fazer; medir a quantidade de efetivos policiais, para decidir o que fazer; medir a quantidade de equipamentos médicos, para decidir o que fazer. Quanto a este último, o infortúnio aconteceu, pois o driver era a sorte que chegou ao fim sem avisar. A medição não era feita e o que deveria ser realizado também não. Agora, as contagens são de afogadilho, tão improvisadas quanto as providências. Nada matemático. 

Nós, que trabalhamos com dados primários e secundários, lamentamos, sabendo que metas podem ser alcançadas e fatos negativos podem ser evitados ou mitigados quando se conhece a realidade de forma objetiva e, não, emocional ou política ou displicentemente.  A inteligência artificial, empregada na formulação de políticas e serviços públicos, talvez venha a integrar o novo normal, mas por enquanto é vista como ficção científica.

Neste momento, a simples contagem lápis-papel-tracinhos parece ser a regra, mas revela-se inútil. Resta-nos esperar um milagre para que a curva, seja ela da altura que for, se achate.

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À espera de um milagre