A reputação sempre será um diferencial para garantir um posicionamento superior em qualquer situação de exposição negativa que uma organização tenha de enfrentar. Não depende tanto dela quem possui o privilégio de exercer um amplo controle sobre a oferta de produtos ou de serviços essenciais, quase livre de  concorrência. O  mercado, estando sem opções, submete-se à organização dominante. É paradoxal, mas compreensível, o fato das empresas de telefonia ou de aviação terem marcas com elevado índice de lembrança convivendo com percentuais baixos de reputação. O top de lembrança não é sinônimo de aceitação ou de simpatia. Não basta.Lembremos que a credibilidade é construída pela junção de atributos modelados para serem sólidos: visão e liderança, responsabilidade social, qualidade de produtos e serviços, inovação, clima interno e performance financeira.

Vencendo as incertezas

O mercado é um ambiente naturalmente composto por crises. Toda atividade econômica é atividade de risco e de incertezas.Pequenos obstáculos são transpostos cotidianamente por todas as empresas. Vencê-los passo-a-passo é a condição para sobreviver, manter e conquistar as metas. As crises maiores costumam impactar negativamente as organizações fora-de-forma, aquelas que que não se exercitam diária e tecnicamente no combate às ameaças.

Não procurar, por meio da reflexão, respostas para as dúvidas ou improvisar soluções para emergências parece fazer parte do modo de atuar dos empresários brasileiros. Prever crises gera angústia, ansiedade e insatisfação. Assim, ignorar, afastar-se do problema ou embeber-se de otimismo é uma atitude comum no meio corporativo.  Mas se manter próximo do mercado exige gerenciar conjunturas difíceis, previsíveis e imprevisíveis, e preparar planos para sua superação. A construção de uma boa reputação faz parte da estratégia de mostrar ao mercado que a organização é sustentável, é útil e merecedora de integrar a economia do país.Muitas empresas investem para resguardar o patrimônio e pouco fazem para proteger a reputação. Impõe-se mensurações, por meio de pesquisas periódicas que exponham como a organização é percebida por seus diferentes públicos, especialmente aqueles tidos por estratégicos.

O que pensam da sua organização?


Habitantes de um planeta obscuro aos olhos do povo, os políticos provocam temor pelo seu potencial danoso. Amiúde tomam decisões que ignoram a realidade do planeta dos seus eleitores, unicamente por lhes serem proveitosas. O povo, mergulhado numa atmosfera sempre inóspita, concentra-se em obter o básico para sua vida, em intermitente luta pela sobrevivência. A distância entre as duas esferas, medida em anos-luz, parece inexpugnável. Em algumas ocasiões, como neste início de século, o desalinhamento fica mais pronunciado por causas de proporções astronômicas, agravado pela presença de eclipses duradouros. Um panorama que contraria profundamente a ideia de uma convivência sinérgica que salvaguardasse o bem estar e a felicidade do ser humano. Que garantisse um lugar ao sol para todos.

Governantes: isolados e distantes


A discórdia saiu do âmbito doméstico, transbordou e ocupou as vias e infovias. Todavia, sabe-se de antemão que não há solução mágica restauradora da moralidade e da competência governamental, seja por meio de manifestações ruidosas, de reformas do sistema ou de ações judiciais. Paliativas, acabam em descrédito, conforme mostra a história do país.

Mas se o eleitor(a) e político(a) fossem considerados casal em conflito? Uma terapia de reaproximação traria paz para ambos? Claro, exigiria mudanças no comportamento de cada um dos lados.  Requereria forte força de vontade, pois algumas atitudes, de acordo com estudiosos, são inerentes a certos tipos de personalidade, a exemplo da corrupção e da incompetência. No entanto, para contrariar a impressão de que o mundo é assim mesmo, abandonado à própria sorte, talvez fosse oportuno seguir os passos do aconselhamento aos casais com problemas de relacionamento.

Recomendações de praxe

A primeira iniciativa é cessar o jogo da culpa. Você é culpado e eu não. Tentar avaliar com mais atenção todos os detalhes da relação entre político e eleitor. Desvendar o que há por trás, o que dá sustentabilidade às atitudes e comportamentos reprováveis. O fato é que o eleitor mediano apenas carimba o político, repete jargões da internet e, com isto, até acaba ingenuamente compondo massa de manobra para outros interesses que não percebe. É necessário haver um aprendizado sobre esta relação conflituosa. Não esquecer que a responsabilidade, na maior parte dos assuntos, recai em cinquenta por cento sobre cada um.

Outro ponto terapêutico: a mudança, ou seja, a forma de votar precisa ser repensada. A contradição de condenar e, logo após, no período eleitoral, consolidar os mesmos nomes que reprovava, justificando pela falta de opção, contraria a lógica da transformação. Se há algum dano ou prejuízo moral, social ou para a economia do país, não há porque prolongá-lo. Mudar o voto, oxigenar as organizações políticas, higienizar as cadeiras do poder, são ações que contribuem para a cura dos males.

Como em todo o relacionamento, a maturidade na política exige distanciamento emocional. Um sistema político disfuncional exige o emprego da razão na sua análise e na busca de soluções. Os sentimentos pessoais devem ser guardados para um círculo restrito, quando não totalmente evitados. Eles contaminam a opinião pública, deixando-a nebulosa, sem foco, desvairada. Gera uma carga adicional de problemas. Torna-se material para a exploração midiática, e não mais do que isto, alimentando um círculo vicioso.

No plano da comunicação, hoje tumultuada, as lideranças legítimas e o próprio eleitor isolado têm muito a fazer. Melhorá-la, achar caminhos para que adquira eficácia,tanto entre as partes como entre o mundo dos eleitores e dos políticos. Canais de diálogo devem ser descontaminados e novas linhas de diálogo inteligente criadas. Pesquisas constatam que o eleitor sente-se aliviado quando outros falam em seu lugar. Em geral, os comunicadores da área política temperam suas mensagens com dosagens altas de emoção, desobrigando o eleitor da responsabilidade de falar por si.

Por último, como fazem os casais que buscam sanear suas relações, é imprescindível localizar pontos que mereçam ser valorizados. Há, sim, uma batalha ancestral entre o bem e o mal na política, que não findará se não houver a identificação de objetivos comuns a serem fortalecidos e alcançados. O propósito maior sempre será o de uma pacificação que garanta a realização gradativa e tranquila do sonho de um mundo melhor.

Eleitor x Político; cura pela terapia de casal