Por duas décadas, estive à frente do desafiador plano amostral anual da pesquisa GEM no Brasil, obtendo entrevistas para representar o país no projeto mais relevante sobre empreendedorismo em nível global. O GEM, conhecido como Monitor Global de Empreendedorismo, tem contribuído significativamente para a compreensão do empreendedorismo no mundo desde sua primeira pesquisa em 1999. Criado pela London Business School e pelo Babson College, sua intenção inicial era desenvolver um índice internacional de competitividade empresarial. Por meio de pesquisas representativas realizadas tanto com a população adulta quanto com especialistas em empreendedorismo, a pesquisa  coleta um vasto conjunto de dados, contando com mais de 3 milhões de observações e 36.000 avaliações em 100 países. 

Essa imersão periódica em um projeto de tal magnitude naturalmente leva um sociólogo, como eu, a refletir sobre as diversas formas que o empreendedorismo tem assumido em sua evolução e os diferentes papéis que desempenha no crescimento econômico, benefícios sociais e bem-estar geral. Não há dúvida de que, nos últimos anos, sua relevância aumentou, uma vez que aborda uma ampla gama de atitudes, habilidades e comportamentos necessários para enfrentar desafios urgentes, como mudanças climáticas, migração, desigualdades e crescimento populacional. No entanto, as motivações para o envolvimento em comportamentos empreendedores vão além da contribuição para um mundo melhor, ao incluir objetivos financeiros pessoais e a continuidade de negócios familiares.

Este artigo faz uma breve provocação sobre as conotações do termo "empreendedorismo". Seria um eufemismo, uma expressão com o poder de suavizar, contrariar ou disfarçar fatos negativos ou desfavoráveis enfrentados pelos empreendedores? O empreendedorismo seria uma falácia, emprestando o nome a raciocínios ou argumentos inválidos, incorretos ou enganosos, apesar de aparentarem ser verdadeiros ou persuasivos?

EUFEMISMO?

O empreendedorismo pode ser interpretado como um eufemismo, ao resumir o significado de práticas antigas da produtividade humana e atribuir-lhes  significados novos e míticos. Com isso as dificuldades e desafios enfrentados pelos empreendedores ficam ocultas, ao mesmo tempo em que promove uma ilusão de acessibilidade e suporte.

Instituições governamentais e organizações incentivadoras encorajam iniciativas pessoais nos negócios, promovendo o sonho de se tornar empresário, levando muitos idealistas a se enganarem com as supostas facilidades do empreendedorismo. O uso de um vocabulário sedutor - como inovação, startup, incubadora, franquia, teletrabalho, anjo-investidor, crowdfunding, criatividade, espírito empresarial, network e reinvenção - enfatiza uma visão empolgante, porém artificial e superficial, que não reflete a complexidade da realidade econômica.

Na verdade, diversos conceitos destacam a natureza dinâmica do empreendedorismo em uma economia em constante mudança, e a inter-relação entre eles revela os atributos que os empreendedores precisam adotar para obter sucesso nesse ambiente. A ideia de risco é a mais presente. O empreendedorismo envolve, por natureza, assumir riscos calculados. Em uma economia em rápida mudança, o nível de incerteza e imprevisibilidade costuma ser alto, exigindo que os empreendedores tomem decisões com base em informações limitadas e naveguem por situações ambíguas.

FALÁCIA?

Outra perspectiva crítica sobre o empreendedorismo é considerá-lo uma falácia, especialmente quando é utilizado para encobrir políticas de desregulamentação e redução de gastos para empresas. Ele pode ser manipulado por interesses corporativos, políticos e econômicos para promover agendas específicas. Torna-se objeto de políticas que criam distribuição desigual de recursos e oportunidades, ignorando as possíveis consequências negativas e a falta de equidade.

Além disso, o incentivo ao trabalho árduo sem uma remuneração adequada ou benefícios sociais gera problemas sociais e impactos na saúde física e mental. Assim, também pode ser considerado uma falácia quando utilizado para justificar políticas não inclusivas e de precarização do trabalho.

O empreendedorismo será falacioso ao ocultar as dificuldades e promover uma visão ilusória de vantagens e benefícios. É essencial a conscientização sobre esses aspectos negativos para se promover uma abordagem equilibrada e justa, que leve em consideração a imparcialidade, a sustentabilidade e o bem-estar de todos. Quando gerido de maneira equilibrada, o empreendedorismo traz crescimento econômico com mobilidade social.

EQUILÍBRIO

Apesar dessas críticas, é imprescindível reconhecer que o empreendedorismo está evoluindo, trazendo oportunidades e recursos para aqueles que desejam empreender. Cursos, livros, palestras, eventos, mentoria, consultoria e pesquisas de mercado desempenham um papel importante na disseminação do conhecimento empreendedor, no desenvolvimento de habilidades e na criação de um ambiente favorável. Essas ferramentas fornecem suporte para os empreendedores explorarem seu potencial, adquirirem aprendizado contínuo relevante e se conectarem com outros profissionais do setor. 

Resumindo, é essencial reconhecer os dois lados de cada situação. Enquanto restrições podem apontar o eufemismo como associado ao termo e a falácia em certas narrativas dominantes, também é necessário valorizar o seu potencial  transformador, bem como os impactos sociais positivos.

Prof. Rogerio Bonilha, sociólogo, regente do Instituto Bonilha.

DESTAQUE

O PODER DA PESQUISA DE MERCADO: CONSTRUINDO BASES SÓLIDAS PARA O SUCESSO EMPREENDEDOR

Antes de embarcar em uma aventura empreendedora, é fundamental destacar a importância de pesquisar minuciosamente o mercado. O conhecimento e compreensão do ambiente no qual se pretende atuar são fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimento. Realizar uma pesquisa de mercado abrangente e cuidadosa permite identificar oportunidades, compreender as necessidades dos clientes, analisar a concorrência e antecipar tendências. Essa investigação prévia proporciona uma base sólida para tomar decisões informadas e estratégicas, minimizando riscos e aumentando as chances de alcançar resultados positivos. Portanto, a pesquisa de mercado é um passo crucial que todo empreendedor deve dar antes de iniciar sua jornada, oferecendo uma visão clara e realista do ambiente de negócios e contribuindo para a construção de bases sólidas para o sucesso empreendedor.

Empreendedorismo: arte de combinar o sonho com a realidade.




A colaboração entre a Investigação Apreciativa e a abordagem do Oceano Azul, aliada às técnicas qualitativas e quantitativas da pesquisa de mercado, gera uma sinergia poderosa. Enquanto a Investigação Apreciativa identifica pontos fortes e experiências positivas da organização, a abordagem do Oceano Azul identifica oportunidades de mercado não exploradas. A pesquisa de mercado qualitativa e quantitativa fornece insights precisos sobre as necessidades dos clientes, demandas não atendidas e análise da concorrência, permitindo que a estratégia resultante seja baseada em dados sólidos e ofereça uma proposta de valor única e competitiva.

O QUE É A INVESTIGAÇÃO APRECIATIVA?

A Investigação Apreciativa (Appreciative Inquiry) é uma abordagem que pode ser enquadrada como uma metodologia e um conceito no campo da gestão organizacional e do desenvolvimento humano. Foi desenvolvida por David Cooperrider e Suresh Srivastva na década de 1980.

Essa abordagem se concentra em identificar e ampliar os aspectos positivos e bem-sucedidos de uma organização ou de um sistema, em vez de se concentrar nos problemas e deficiências. A Investigação Apreciativa baseia-se na premissa de que uma organização pode evoluir e prosperar ao identificar e solidificar seus pontos fortes, em vez de corrigir suas fraquezas.

Como metodologia, a Investigação Apreciativa envolve um processo sistemático de descoberta, sonho, design e destino - também conhecido como ciclo 4D. Nesse processo, os participantes são encorajados a refletir sobre experiências passadas positivas, imaginar um futuro desejado e criar estratégias e ações para alcançá-lo.

A Investigação Apreciativa pode ser aplicada em várias áreas do conhecimento, incluindo gestão de recursos humanos, liderança, mudança organizacional, desenvolvimento de equipes e resolução de problemas. Ela promove uma abordagem positiva, colaborativa e voltada para soluções, permitindo que os indivíduos e as organizações alcancem seu potencial máximo ao alavancar seus pontos fortes e recursos positivos. 

O QUE É O OCEANO AZUL?

Oceano Azul é uma abordagem estratégica que pode ser enquadrada como um conceito e uma metodologia no campo da estratégia empresarial. Foi introduzido por W. Chan Kim e Renée Mauborgne em seu livro Estratégia do Oceano Azul (Blue Ocean Strategy), publicado em 2005.

Essa abordagem se concentra na criação de novos espaços de mercado, onde a concorrência é irrelevante ou inexistente. Em vez de competir em mercados saturados e disputados (chamados de "oceano vermelho"), a estratégia do oceano azul busca a criação de um novo mercado, onde a empresa pode operar em condições menos competitivas e aproveitar oportunidades de crescimento significativas.

O conceito do oceano azul sugere que as empresas devem buscar a inovação, a diferenciação e a criação de valor para os clientes, ao invés de competir puramente com base em preço ou características existentes no mercado. A metodologia envolve a identificação de demandas não atendidas ou mal atendidas pelos concorrentes e a formulação de estratégias para criar e capturar valor nesses espaços de mercado não explorados.

Embora a estratégia do oceano azul se relacione principalmente com a área de estratégia empresarial, ela também envolve conceitos e práticas de marketing, inovação e gestão de negócios. Essa abordagem procura proporcionar um novo paradigma para a criação de vantagem competitiva sustentável, abordando aspectos como posicionamento estratégico, segmentação de mercado, criação de valor e diferenciação. 

O QUE É A PESQUISA DE MERCADO?

A pesquisa de mercado desempenha um papel fundamental na combinação da Investigação Apreciativa e a abordagem do Oceano Azul, fornecendo insights valiosos e dados fundamentais para a formulação da estratégia. Aqui estão algumas contribuições e o papel da pesquisa de mercado nessa combinação:

Identificação de demandas não atendidas: a pesquisa de mercado ajuda a identificar demandas não atendidas ou mal atendidas pelos concorrentes. Usando seus recursos é possível compreender as necessidades, desejos e preferências dos clientes, bem como suas insatisfações e problemas não resolvidos. Levanta informações essenciais para identificar oportunidades de criação de valor e desenvolver estratégias de diferenciação.

Análise da concorrência: a pesquisa de mercado permite analisar a concorrência e entender o posicionamento, as estratégias e os pontos fortes dos concorrentes existentes. Isso ajuda a identificar áreas onde os concorrentes estão competindo intensamente (oceano vermelho) e encontrar espaços onde a organização pode se diferenciar e criar um oceano azul. A análise da concorrência fornece insights valiosos sobre lacunas no mercado e possíveis vantagens competitivas.

Validação de hipóteses e ideias: a pesquisa de mercado desempenha um papel importante na validação de hipóteses e ideias geradas pela Investigação Apreciativa e pela abordagem do Oceano Azul. Ela permite testar conceitos, produtos ou serviços em potencial com um grupo de clientes-alvo, coletar feedback e obter insights sobre a viabilidade e aceitação de uma estratégia proposta. Essa validação é crucial para reduzir o risco e aumentar as chances de sucesso na implementação da estratégia.

Monitoramento contínuo do mercado: a pesquisa de mercado também desempenha um papel contínuo na estratégia, fornecendo informações atualizadas sobre as mudanças no mercado, as preferências dos clientes e as tendências emergentes. Esse acompanhamento contínuo ajuda a adaptar e ajustar a estratégia ao longo do tempo, garantindo que a organização continue a atender às demandas dos clientes e se mantenha competitiva.

Em resumo, a pesquisa de mercado complementa a combinação entre a Investigação Apreciativa e a abordagem do Oceano Azul, fornecendo insights sobre as demandas dos clientes, análise da concorrência, validação de ideias e monitoramento do mercado. Essa simbiose permite que a organização tome decisões estratégicas informadas, encontre oportunidades de mercado não exploradas e crie uma vantagem competitiva sustentável

Quer saber mais sobre Oceano Azul e Investigação Apreciativa como abordagens associadas à pesquisa de mercado? O caminho é este: contato360@bonilha.com.br

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A combinação perfeita: Pesquisa de Mercado e a sinergia entre Investigação Apreciativa e Oceano Azul na criação de estratégias vencedoras.




Na economia em constante transformação e evolução, para evitar a obsolescência e o declínio, é essencial que as organizações adaptem seus modelos de negócios e cultura interna, adotando uma abordagem orientada por informações precisas. Convidamos você a embarcar em uma jornada de descoberta, na qual exploraremos passo a passo as diversas perspectivas de como fundamentar seus empreendimentos em projetos orientados por dados. 

Abordaremos questões fundamentais, como os impulsionadores de seus negócios, o impacto de uma mudança no modelo atual, as mudanças culturais necessárias em sua organização, a melhor arquitetura de dados e respectivas ferramentas para alcançar os objetivos.

A maior parte das respostas para essas perguntas será fornecida por meio de pesquisas de mercado específicas, que oferecem insights e recomendações sólidas com base em dados sobre as preferências e comportamentos dos clientes, assim como de experiências anteriores com diferentes públicos. 

Os dados são a chave para maximizar o valor que impulsiona a resiliência, lucratividade e sustentabilidade de sua empresa. 

Depoimentos como o seguinte reforçam a importância do nosso trabalho de orientação nas empresas e organizações: "Com o apoio do Bonilha, minha equipe economiza um tempo valioso ao buscar orientações sobre o que, quando, onde, como e quem pesquisar, permitindo-nos agir com confiança, baseados em dados." Junte-se a nós nessa jornada rumo a um futuro empresarial orientado por dados.

O poder dos dados para impulsionar o crescimento e a inovação em sua organização.


 A cobertura midiática relacionada às pesquisas está pautando os candidatos e o processo eleitoral de 2024. No entanto, alguns veículos de comunicação têm utilizado em suas matérias resultados de pesquisas com amostras sem valor estatístico significativo, divulgando conclusões e projeções precipitadas sobre o crescimento ou decréscimo na aceitação de líderes políticos.

É importante ressaltar que uma amostra adequada é relevante para se obter uma visão geral da população, mas o tamanho da amostra deve ser considerado em relação ao tamanho da população. Por exemplo, uma amostra inferior a 1.000 entrevistados revela-se relativamente pequena se aplicada para investigar um universo próximo de 2 milhões de habitantes de uma cidade, dos quais aproximadamente 1,5 milhão são eleitores.

Uma apuração como essa seria semelhante a uma enquete, diferente de uma pesquisa que atende aos critérios necessários para uma análise válida e confiável.

Portanto, os resultados obtidos a partir de uma amostra insuficiente ou imprópria podem não ser representativos da população como um todo, nem retratar o que pensam os eleitores. Quando a qualidade da amostra é precária, podem ocorrer resultados imprecisos ou tendenciosos, limitando a generalização dos resultados para a população mais ampla.

PESQUISA DE SATISFAÇÃO X PESQUISA ELEITORAL

No que tange à avaliação da atuação de governo, é imprescindível que se busque representar a opinião de toda a população, não somente dos eleitores, uma vez que as decisões governamentais afetam a vida de todos os cidadãos, independentemente de terem ou não votado nas últimas eleições. Assim, recomenda-se que a pesquisa de avaliação de desempenho e de satisfação com os governantes seja realizada com a população em geral, objetivando alcançar uma visão mais ampla e representativa da opinião pública acerca da performance e contentamento com a gestão pública do governo. Pois é possível que tais pesquisas apresentem resultados distintos de uma pesquisa aplicada apenas aos eleitores, isto é, as de potencial e intenção de voto, em razão das diferenças entre as perspectivas e expectativas de ambos os grupos em relação ao governo.

Algumas pessoas acreditam que os eleitores representam o pensamento da totalidade da população, mas isso ignora a existência de milhares de eleitores aptos a votar que optam por se abster e têm opiniões contrárias. Com as eleições municipais se aproximando, é importante lembrar que uma avaliação de governo municipal que não leva em conta os não eleitores pode ser tendenciosa. Isso ocorre porque a população de não eleitores pode ter características demográficas, socioeconômicas, políticas e outras distintas da população exclusivamente de eleitores. Em resumo, é essencial representar a população de não eleitores na amostra da pesquisa ou realizar pesquisas separadas para efeito de comparação. 

IA ESCLARECE

" Enquetes são uma forma simples de coletar opiniões, geralmente sem rigor metodológico ou científico, muitas vezes realizadas online ou por telefone. Já as pesquisas são estudos mais complexos, que seguem protocolos rigorosos de amostragem e metodologia, com o objetivo de coletar dados representativos e confiáveis sobre um tema específico. Em resumo, as enquetes são mais informais e podem apresentar resultados menos precisos, enquanto as pesquisas são mais formais e buscam obter resultados mais confiáveis".

Pesquisas de satisfação com o governo: é importante ouvir toda a população.



O mundo dos negócios continua a evoluir e o mesmo acontece com as metodologias para a realização das pesquisas de mercado. Para acompanhar os avanços não basta abraçar técnicas novas e inovadoras, é necessário também coexistir com as tradicionais. Este artigo, que ocupa 2 minutos do seu tempo,  mostra a importância de combinar as etapas consagradas da pesquisa de mercado com os passos inovadores do design thinking.

A pesquisa de mercado é uma parte essencial de qualquer estratégia comercial. É um processo de coleta, análise e interpretação de dados relacionados à demanda de mercado, tendências e comportamento do consumidor. O sucesso da pesquisa de mercado depende dos métodos de pesquisa utilizados para levantar, examinar e interpretar dados. Nos últimos anos, os princípios do design thinking passaram a ser uma metodologia cada vez mais aplicável à pesquisa de mercado, graças à sua capacidade de proporcionar uma abordagem mais empática e inovadora ao processo de pesquisa.

O design thinking é uma abordagem focada no ser humano que se concentra na compreensão das necessidades e desejos do usuário final ou do consumidor. Os princípios do design thinking podem ser aplicados à pesquisa de mercado para enriquecer os dados coletados e fornecer insights sobre o comportamento e as motivações do público alvo.

Uma ferramenta comumente usada por esse método é o mapa de empatia. Ele é um diagrama que ajuda os pesquisadores a definir e compreender as ideias, sentimentos, linguagem e comportamento do público-alvo em relação a um produto ou serviço. Usando um mapa de empatia, os pesquisadores podem entender melhor o contexto em que seu público-alvo opera, ajudando-os a projetar questões de pesquisa mais eficazes e a reunir dados mais relevantes.

Outra ferramenta poderosa é o brainstorming. Ao utilizar o brainstorming, os pesquisadores e suas equipes podem gerar muitas hipóteses e soluções em um curto espaço de tempo. O brainstorming estimula o pensamento criativo, o que pode levar a insights únicos nem sempre evidenciados através de métodos tradicionais de pesquisa.

A gamificação é outro recurso poderoso que pode ser usado para enriquecer o processo de pesquisa. Ela envolve a incorporação de elementos de jogo no processo de pesquisa, tais como pontos, fichas e recompensas. A gamificação ajuda a aumentar o engajamento e incentiva os participantes a chegar a  dados mais detalhados e precisos.

A desktop research é outra técnica que envolve a coleta de informações explorando os recursos existentes, tais como periódicos acadêmicos, livros e artigos on-line. A desktop research amplia o contexto para abrigar qualquer questão de pesquisa e pode contribuir para determinar as necessidades do público alvo com antecedência.

A criação de um produto mínimo viável (PMV) também é um momento essencial no processo de pesquisa. Um PMV é uma versão inicial de um produto com características suficientes para permitir que os usuários testem seu conceito central. Ao criar um PMV, os pesquisadores podem rapidamente reunir feedback e fazer as mudanças necessárias antes de investir muito tempo e recursos em um produto ou serviço que pode não atender às necessidades de seu público-alvo.

Finalmente, a co-criação é uma técnica que envolve a integração do cliente no processo de desenvolvimento da solução. Ao obter insights e perspectivas diretamente do cliente, os pesquisadores podem criar soluções mais inovadoras e eficazes que melhor atendam suas necessidades e expectativas.

Em conclusão, os princípios do design thinking são essenciais para o sucesso da pesquisa de mercado. Ao incorporar estes princípios ao processo de pesquisa, os pesquisadores podem obter uma melhor compreensão das necessidades, desejos e aspirações de seu público-alvo, fornecendo dados mais relevantes e valiosos para garantir decisões comerciais acertadas. Com as ferramentas e técnicas corretas, a pesquisa de mercado pode ser transformada em uma experiência mais substanciosa e inteligente do que já é, trazendo progresso para as empresas.

Design thinking fortalece a pesquisa de mercado: mais criatividade, inovação e empatia.



Quer saber? Na política é comum o tratamento, entre os pares, de companheiro. Já o campanheiro é alguém incumbido de organizar uma campanha eleitoral. Muitos já são profissionais. E o campainheiro? O termo vem da atividade de tocar sino e apertar campainhas avisando irmãos sobre a procissão. No caso, alertando eleitores sobre eventos da campanha ou presença do candidato em alguma rua. Ou substituindo campainhas por panfletagem.

Sem pesquisas, milhares de candidatos encontram-se dependentes das experiências de campanhas do passado e também dos palpites dos companheiros, campanheiros e campainheiros.do presente. Contudo, sabe-se que cada campanha é única, produz conhecimento típico, distinto das vivências eleitorais anteriores. 

A pesquisa política permite um aprendizado atualizado e rápido do contexto e, dentro dele, de situações de risco súbito, inéditas e súbitas, inspirando soluções imediatas de segurança e estabilidade. Embasam planos que funcionam em momentos de incertezas. 

Seus resultados, por serem neutros e anônimos, igualmente são úteis para criar relações confiáveis e conexões fortes entre os seus mentores e participantes. 

Uma campanha bem estruturada e coerente com a realidade torna-se resiliente e vigorosa na persuasão dos eleitores - quando reforçada por pesquisas de opinião estratégicas metodologicamente corretas.

Milhares de campanhas eleitorais, milheiros de candidatos em dúvida e milhões de eleitores inseguros sobre em quem votar.


A arena eleitoral está aí, quase definida. Os competidores, em sua maioria, estão ganhando seus 15 minutos de fama. Por sua vez, os mais conhecidos ampliam sua presença, usando todos os artifícios para tal. E já são percebidas as articulações, interesses e alinhamentos de forças nas convenções.

A mídia cumpre expõe seguidamente as manifestações de suspeitas e exagera casos isolados, alimentando emoções e sentimentos de todos os tipos. Na maior parte são efêmeras e ocasionais. Algumas tornam-se artificialmente duradouras e periódicas, contudo artificiais e instrumentadas. Essas fornecem sustentação às utopias polarizadas, na expectativa de um dos lados preponderar e transformar-se em realidade.

Determinados veículos da mídia tradicional, arriscam sua credibilidade assumindo e assinando posições arriscadas, batendo pesadamente em adversários reais e virtuais, tanto analógica como digitalmente, desconhecendo-se o efeito dessa atitude na formação do voto.

Esse panorama, assim descrito, não garante segurança para os analistas criarem hipóteses sobre o adensamento das correntezas de pensamento dos eleitores. 

Posto que a opinião pública não se revela, mantendo-se silenciosa, sigilosa, em gestação lenta, escondendo suas intenções e vergonhas, seus likes e dislikes. Poderia ser chamada de opinião oculta.

O contexto deste momento não é retratado pelos meios de comunicação de forma séria e fidedigna, livre de turbulências e fake news. Encontra-se encoberto por camadas de espuma semântica, prestidigitações e percentuais de pesquisas fantasiosas, asfixiando o real discernimento da sociedade.

O que irá acontecer, nas próximas semanas, com essa opinião entocada e comprimida? Eclodirá repentinamente de forma acéfala e caótica? Produzirá um líder com a força e foco de um super-herói? Revelar-se-á cindida e débil pela corrosão das controvérsias? Será um tsunami que se desintegrará na praia desfazendo-se em marolas suaves? Não há resposta.

O fato é que não existe monitoramento informacional real e contínuo, metodologicamente correto, sobre o surgimento, crescimento e consolidação de tendências de atitudes e comportamentos sobre as eleições. Imperativo seria um acompanhamento eficiente, como recurso crucial para o design de cenários estratégicos para uso das lideranças políticas, dos stakeholders e principalmente dos gestores das campanhas. Tendo por beneficiário final, claro, um eleitorado bem informado.

Camadas de espuma semântica, prestidigitações e percentuais de pesquisas fantasiosas arrocham e aprisionam a verdadeira opinião pública. 



Mercosul no seu aniversário de 30 anos.  Esse Mercosul tão distante das necessidades e tão próximo das aspirações. Para comemorar, alguns eventos virtuais. Um deles, recomendamos, em portugñol, enfoca o Mercosul Político. Um interessante resultado da parceria entre @isapeoficial e a @REDAPPE, que reuniu especialistas e autoridades. O ISAPE é um think tank brasileiro focado em estudos estratégicos e relações internacionais. 

As exposições foram coordenadas por Augusto C. Dall’Agnol @acdagnol seu vice-presidente. Os depoimentos envolveram questões da integração política, econômica e social da região – voltados à Argentina, Brasil, Uruguai y Paraguai.  

Avaliaram a premência de concretização de políticas públicas regionais, mas reconheceram as dificuldades históricas de criar e compartilhar experiências e boas práticas de cooperação. Para conferir a gravação do evento sobre os 30 anos do Mercosul, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=YGhg6Cmexzc

MERCOSUL - esperanças vivas aos 30 anos 



Sempre defendemos a regionalização do Censo, em todas as etapas. Do planejamento à execução. Ao IBGE caberia apenas a coordenação nacional e o controle da obediência a uma metodologia única.

Caberia aos estados, em conjunto com seus municípios, definirem quais dados seriam de importância regional e municipal, para compô-los com os pontos padronizados comuns ao país definidos pelo IBGE. Em outras palavras, o Censo iria atender a demanda por estatísticas nacionais, mas ao mesmo tempo detectariam pontos específicos regionais e municipais, imprescindíveis para embasar as políticas locais. A participação das gestões municipais e estaduais nesse esforço coletivo seria indispensável, para a instituição de uma base de dados atualizada e compartilhada.                                                      

Quanto à execução, todos esses bilhões de reais previstos talvez pudessem ser repassados, com economia, para as instituições de ensino superior e institutos de pesquisa privados, que teriam a chance de envolver suas equipes e colaboradores nas comunidades, principalmente na coleta domiciliar.          

Como se sabe, significativa parte da população sequer é visitada por recenseadores. Há falhas e dificuldades, cada vez mais acentuadas, de acesso aos recenseados. O momento é de se pensar, inclusive, na viabilização de  entrevistas remotas, como forma de aplicação, a exemplo de alguns estados norte-americanos.  
                                                                                                                    
Os Censos sempre foram realizados mediante esforço extraordinário, entremeados de problemas de campo, despendendo anos para o processamento final e início da disponibilização de dados, que nem sempre podem ser desagrupados. Para a correção de erros e vieses são utilizados artifícios sofisticados de estatística. Alguns municípios contestam os resultados, até na justiça, enquanto outros realizam suas próprias pesquisas para conhecer de perto sua realidade.
Como planejar sem os números do Censo?




O retorno ao trabalho presencial será tema recorrente de agora em diante nas redes sociais. As pesquisas de opinião revelam duas perspectivas dominantes. A primeira é a da necessidade de distanciamento das pessoas e dos ambientes potencialmente vetores do mal generalizado. A segunda, fortalecida pela inicial, é tentadora: a da busca do equilíbrio entre a vida e o trabalho. Ambas têm simpatizantes e opositores. 

Pesquisas registram um forte desejo de retorno aos cenários de produção, mas não apenas isso. As pessoas que, conforme a atividade, puderam trabalhar em casa, querem a incorporação do benefício trazido pela pandemia: manter a liberdade, ampliando a qualidade de vida.

As discussões serão focadas na aspiração de organizar seus próprios horários, conviver com a família e amigos, levar as crianças para a escola, reduzir as horas diárias de trânsito, utilizar novos recursos tecnológicos de comunicação e comparecer menos vezes em pessoa ao serviço.

Muitas empresas, cientes da necessidade de se ajustarem ao novo perfil dos colaboradores, começam a rever seus processos internos e externos. Flexibilidade é a condição para uma rápida adaptação aos novos tempos, onde o balanço entre o remoto e o presencial é crucial. Precisam de um esforço adicional para preparar seus funcionários a superarem os obstáculos trazidos pela mudança. Assim, as pesquisas de clima organizacional, conduzidas junto aos empregados, agregam novos e desafiadores objetivos.

Os debates inevitavelmente ocuparão o tempo de políticos e governantes porque o conceito envolve sujeições às leis, como os riscos de jornada de trabalho sem limites, remuneração inferior, menor estabilidade e redução de benefícios. 

Mídia mundial põe em destaque o retorno presencial. Sim ou não?