Sonho? Imaginação? O coração de uma projeto eleitoral de sucesso pode abrigar, sim, o conceito de candidato premium.  Quando se pensa em conceber um candidato como um produto e torná-lo líder de vendas, alguns poderiam taxar essa pretensão como pejorativa: “candidato não é sabonete”.

Para as ciências do marketing e da comunicação, alavancar o prestígio de uma personalidade pública, a ponto fazê-la fortemente assimilável por alguns estratos sociais, não é um objetivo irrealizável. Um grande produto sempre é possível, se a matéria prima for de qualidade e se possuir características que atendam a exigência do mercado. Seu reconhecimento tem início ao levar valor para o consumidor e ao capturar valor de volta para o fornecedor. No caso do político, seu sucesso estaria fundamentado na fertilização cruzada de valores entre seu partido, seus apoiadores, comunidades e a nação.

Qual é a fórmula? Um grande produto eleitoral precisa ir além do convencional, seguir novas trilhas e adotar princípios inovadores. Seria uma mudança de comportamento difícil de ser posta em prática no atual  ambiente político, conhecido por suas barreiras às diferenciações modelares. É tradicional. Na administração pública, igualmente, as restrições egoístas não dão chance à transcendência.

Uma campanha para cativar os eleitores, conduzida por mentes esclarecidas, suporta ideias brilhantes. Agrega esforços de sapiência para vencer os desafios impostos pelos cidadãos. Busca e acha meios para dar sustentabilidade às vantagens competitivas, desde a criação de propostas com nexo na realidade até a comunicação corpo a corpo com o eleitor.

Um projeto de poder destinado a formar protagonistas autênticos não prospera SEM PESQUISAS ESTRATÉGICAS. As pesquisas são as antenas de percepção das necessidades e aspirações da população. Sem elas não haverá nenhuma possibilidade de erigir e eleger candidatos íntegros, zelosos, resolutos e progressistas que alcancem alto nível de aceitação: candidatos modelo premium.

Seu candidato é Top Service? 


Por mais aversão que isto suscite, inegavelmente, eleição é um  fértil campo de trabalho. Só estranharia quem ignora a natureza essencial do sistema capitalista e da democracia. Uma campanha eleitoral, não importa para qual cargo seja, adquire enorme capilaridade geográfica. Poderá envolver tanto a nação como um todo, como um minúsculo bairro de uma pequena comunidade. São milhares de frontes de batalha, a exigir recursos humanos e, deles, inteligência para gerir e coordenar.

Uma campanha eleitoral nada mais é do que um tipo de organização. Assemelha-se ao modelo corporativo ou militar. Sua missão é conquistar ou manter uma posição de poder. Ao longo da história, as campanhas tornaram-se mais complexas, tendência acentuada nos últimos anos. As mudanças comportamentais dos eleitores e os avanços tecnológicos impuseram transformações nas suas práticas.

Como efeito, abriu-se espaço para gestores dotados de visão holística, capazes de dominar e concatenar as informações que impactam e pressionam os processos eleitorais. Seu papel é captar, processar, analisar e sintetizar dados para a criação de contextos estratégicos persuasivos, sustentadores de táticas efetivas de influência e atração de eleitores.

Estes novos condutores, devem liderar equipes de profissionais preparados e proativos, sem o que, sozinhos, não conseguiriam atingir estes objetivos:

  • flexibilizar e customizar o processo de geração e distribuição de informação
  • examinar os aspectos críticos dos processos da campanha
  • avaliar situações emergentes, ameaças, vulnerabilidades e riscos (inclusive cibernéticos)
  • aplicar a informação na gestão de crises 
  • utilizar competitivamente informações em iniciativas destinadas a ganhar superioridade
  • analisar as decisões de marketing e comunicação da campanha
  • estabelecer critérios de valorização da cidadania e padrões de dignidade social a serem respeitados durante toda a campanha

Tais ações tornam-se factíveis, operacionalizadas com eficiência  e implementadas eficazmente, se amparadas e concentradas em uma unidade a englobar todas elas: um núcleo de informações estratégicas e pesquisas. A produção própria e exclusiva, hoje, é um passo à frente dos adversários concentrando benefícios inegáveis. Sigilo e confidencialidade, imprescindíveis numa campanha, sobrepõem-se a todas as vantagens: tem-se o controle total da obtenção e da disseminação da informação, selecionando-se quais tipos poderão ser produzidos e liberados, quando, onde, como e para quem.

O lema de um curso de pós-graduação em Guerra de Informação, de uma academia européia, resume bem a missão de um núcleo de informações e pesquisas estratégicas: Protagonizar iniciativas, antecipar mudanças e capitalizar oportunidades.
Inúmeras ferramentas analíticas, originárias do mundo corporativo ou militar, são empregadas nas campanhas eleitorais.