Painel Internacional Volvo: pesquisa ajudará setor de transporte rodoviário a estabelecer novas diretrizes. Má conservação das estradas e falta de segurança não foram surpresas. Idade média da frota de caminhões, de 17 anos entre autônomos e 8 anos nas empresas, agrava a falta de segurança.
 

Participantes do painel: J. Pedro Corrêa, consultor do Programa Volvo de Segurança no Trânsito, Flávio Benatti, Presidente da NTC & Logística, Martin Bodewig, da Roland Berger Strategy and Consultants e Rogério Bonilha, do Instituto Bonilha de Pesquisa de Opinião Pública



Ainda não nos chamávamos Instituto Bonilha. Começamos a atividade de pesquisa de opinião fora da Universidade. Criamos uma estrutura própria. Nossa visão era manter o DNA acadêmico, agregando recursos inovadores, como a microinformática que acabara de surgir. Desafiávamos os poucos institutos “jurássicos” que existiam e exercitávamos a recém-conquistada liberdade de opinião. A ideia perseguida e atingida era tornar-se original, ousar e conquistar credibilidade para assegurar a sobrevivência e continuidade do empreendimento.

Ao imaginar um instituto dedicado a perscrutar a opinião pública, tínhamos ao nosso lado todo o aparato teórico necessário: sociólogo, Rogerio Bonilha além da sociologia lecionava as disciplinas essenciais para a prática das pesquisas, ou seja, metodologia científica e métodos e técnicas de pesquisa. Os hardwares para processamento de informações, privilégio das universidades e de dois ou três grandes institutos, aqueles enormes computadores, repentinamente encolheram: ganharam a forma de escrivaninhas e foram rebatizados de microcomputadores.

Com poucos meses de trabalho de programação e testes, veio à luz a primeira versão de um aplicativo específico para pesquisa. Exclusivo, próprio e, mais importante, funcional. Apesar das pesadas placas de circuitos e algumas válvulas do microcomputador dos anos oitenta, tornou-se viável produzir, em poucos dias, o que antes exigia um semestre. Conseguimos o essencial para começar a operar: digitação de resultados, tabulação, cruzamento de variáveis e emissão de tabelas. Apenas um único susto: a primeira tabela a ser produzida pelo aparato exigiu 18 horas de esforço da modesta máquina. Após alguns ajustes no programa – e esfriadas as mentes e as válvulas - o milagre aconteceu: longos relatórios feitos em minutos, em formulário contínuo, numa impressora matricial.

Observando e procurando entender as causas dos desastrosos desacertos das pesquisas divulgadas na época, conseguimos resultados consistentes. Causamos impacto junto à mídia, ao revertermos o quadro existente de descrença nas pesquisas. Consolidamos, assim, o compromisso de construir uma história duradoura de confiança acumulada.

O momento era propício.  A liberdade de expressão retornava após anos repressão. Pedir para o povo falar, expressar suas opiniões, registrar suas respostas e divulgá-las com precisão era um genuíno exercício de liberação. Na sequencia, uma surpresa: a Folha de S.Paulo batizou a "equipe do professor Bonilha" de Instituto Bonilha. Novo ciclo, o de autonomia total, com o desligamento físico da UFPR, onde foi incubada e nasceu a ideia de criar para a sociedade brasileira mais um canal democrático: um instituto de pesquisa de opinião de origem científica, livre, independente e tecnicamente competente.

Sede Histórica do Instituto Bonilha


Aconteceu. Pesquisa qualitativa sobre marcas de bolsas, calçados e acessórios. Clientes de lojas de classe média. Compradora usual de uma rede nacional de lojas desses produtos relata o que observou em duas ocasiões em que fazia compras num dos pontos de venda.

A dona da franquia entra, cumprimenta vendedores e fregueses, retira a bolsa do ombro e a coloca sobre o balcão. Vistosa, deslumbrante, uma das mais caras e prestigiadas grifes europeias.
 
Na outra ocasião, a cena se repete com outra personagem. A protagonista agora é a filha da dona que, a exemplo da mãe, carrega nada discretamente sua também valorizada bolsa estrangeira.
A cliente questiona o grupo focal atento ao relato: “isso quer dizer que as bolsas da franquia não têm qualidade ou status suficiente para serem usadas pelas proprietárias da loja?”.
 
Inconformada, prosseguiu dizendo que o acontecimento passava uma clara mensagem para as freguesas: “comprem a marca que eu represento e eu, com o lucro dessas vendas, compro as grifes que considero superiores às que eu vendo a vocês”.
 
A participante do grupo de pesquisa complementou nada ter contra o fato de empresárias bem sucedidas possuírem e exibirem suas marcas preferidas. Apenas esperava que tivessem a sensibilidade de passar aos clientes a ideia de que a marca que representam merece ser usadas também por elas. “Com certeza”, argumenta, “existem lugares e ocasiões onde poderão mostrar suas aquisições mais exclusivas”.
 
 


O governo federal mantém sob sigilo dois contratos avaliados em R$ 6,4 milhões para realizar pesquisas de opinião. Os termos da negociação valem até junho de 2014, véspera do período eleitoral.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, os documentos preveem “irrestrito e total sigilo” sobre os temas, perguntas e resultados das pesquisas, o que contraria a Lei de Acesso à Informação.

Aliás, o jornal solicitou o conteúdo das pesquisas já realizadas, com base na legislação, mas a Secretaria de Comunicação (Secom) negou o pedido.


Nosso trabalho depende da matéria prima mais nobre do planeta. Fácil de coletar em algumas ocasiões, difícil de extrair em outras. Com maior ou menor esforço, sempre chegamos a ela. Extremamente essencial, não importa se em sua forma original de expressão é rústica ou delicada. Essa essência, da qual tanto dependemos, é produzida no cérebro humano. É a opinião de cada um sobre cada assunto. Uma alinhada à outra, compõem a opinião pública. Reunidas, são processadas, compreendidas, analisadas e transformam-se em informações que dão rumo à vida. Norteiam desde os pequenos passos do microempreendedor até às grandes decisões de investimentos em megaprojetos. Orientam desde os eleitores mais humildes até os criadores das políticas públicas do país.



A pesquisa realizada pelo Instituto Bonilha, que retratou o Brasil após a polêmica decisão do STF de aceitar os recursos infringentes, rendeu uma avalanche de reações na rede social. O estudo, bastante abrangente, ouviu eleitores de vinte e dois estados, nas cinco regiões brasileiras.  

O Instituto analisou os comentários gerados pela pesquisa nas redes sociais e produziu uma nuvem de palavras-chave que sintetiza o pensamento dos eleitores. A frustração manifestada pelos entrevistados na pesquisa é confirmada nas observações de quem tomou conhecimento dos percentuais das respostas.

Como toda pesquisa política, esta é uma fotografia do momento. Prognósticos não podem ser feitos com base em uma única pesquisa e, sim, cumulativamente, após a realização de uma sequência de estudos.

Nesta nuvem, o tamanho de cada palavra é proporcional ao número de citações obtidas. Pode-se entrever causas (mensalão), sentimento (mudança e infelicidade), soluções (educação, verdade e voto) , as organizações envolvidas (STF e PT) e, também, personagens (brasileiros, eleitores, povo, políticos e a presidente Dilma).
Palavrões e adjetivos depreciativos - como petralhas, tucanalhas, mensaleiros e outros - foram removidos da nuvem.

Os principais resultados da pesquisa que gerou o debate na rede podem ser vistos aqui: tinyurl.com/lqgblpc