Nos últimos dias, intensa movimentação. Políticos ganham coragem, ânimo e assumem riscos. Resgatam o velho jeans do armário e o empoeirado carro da garagem. Cruzam bairros, atravessam ruas e adentram ambientes familiares e institucionais. Inauguram escritórios políticos e mobilizam amigos  para a patrocínio de outdoors. É a pré-campanha em curso que, pela agitação percebida, merece outra denominação: plena-campanha. Cientes do curto prazo, 7 de outubro será o Dia D, apertadíssimo para a consolidação das candidaturas, pré- candidatos antecipam seus périplos para derrotar o primeiro adversário: o calendário.

Nesse novo ciclo eleitoral, terão maior sucesso os candidatos que não se limitarem a portar sua marca por aí, caminhando e apertando mãos. Não basta colocar a face para bater ou para ser beijada por criancinhas, para aquela foto do jornal de campanha. Nem os amplos cartazes dos largos sorrisos, anunciando a gratidão da comunidade ou de entidades. O eleitor não se ilude. Autopromoção, pensa ele.

Por outro lado, não se concebe campanhas sem a presença de infraestrutura humana de apoiadores, composta por gente que sabe bater em portas, fazer apelos telefônicos, mandar mensagens. A democracia também é feita de interações entre cidadãos. Não se prescinde o engajamento das comunidades das regiões mais receptivas ao candidato. Inequívoco é o papel dos parceiros antigos e dos novos para unir diferentes focos e níveis de força. Necessário é recuperar o apoio de organizações amigas, acrescentar outras, bem como angariar o apoio de líderes, ativistas sociais e outros atores que tenham objetivos e agendas comuns. E eles precisam ser ouvidos, suas opiniões avaliadas e absorvidas pelos vários polos e poros da campanha.

No entanto, o efeito desejado, o da vitória,  não se produz imaginando-se uma temporada de colheita de votos, limitada a poucos dias, de quatro em quatro ou de dois em dois anos, movida a velhas práticas. Para esquivar-se das fórmulas desgastadas, os candidatos dependem da adoção de novos princípios, agregando procedimentos concebidos para vencer, calcados em fatos e calçados em técnicas apropriadas para os novos tempos. Atuação que se coadune com a política que está aí, mutante, surgida do redemoinho das redes sociais, canais de intenso desprezo pelas atuais lideranças.

Uma medida educativa para minimizar as mazelas, fraquezas e deficiências partidárias, nesta etapa de troca de mandatos, seria a reciclagem completa na forma de fazer campanha. Disseminar nos partidos o aprendizado de inovações tecnológicas, de melhores práticas, de treinamento padrão e de recursos para os diretórios e candidatos individuais.

Tal mudança de paradigma ou choque de modernidade, por exemplo,  esclareceria amplamente as equipes táticas: desde as formas legais de obtenção de fundos até a maneira de contatar os eleitores buscando aproximar as questões locais das preocupações nacionais. Aguardemos o milagre acontecer.

Consulte nosso site para saber mais sobre pesquisas nas áreas de Política & Governo e de Negócios & Comunicação: Instituto Bonilha

Dia D chegando. Candidatos se apressam para derrotar o primeiro adversário: o calendário.


Temporada de eleições. Previsão de quais candidatos com maior chance de ganhar: os de sempre. E o modus operandi junto ao eleitor? O anacrônico.

Candidatos iniciam as romarias de praxe, implorando voto, amparados em propostas óbvias que enfatizam a existência e a quantidade: não têm nenhum, então vai ter; existe apenas um, então vai ter mais. Mais policiais, mais vagas nas creches, mais médicos, mais leitos nos hospitais, mais de tudo. Repetição das promessas das eleições do século passado. E deste também. Embaladas em velhas roupagens, superficialmente customizadas para a ocasião.

Novas regras chegaram, porém sem o condão da renovação. Chegou o bilionário financiamento público, consolidando velhos hábitos a peso de ouro. O dinheiro para financiar os candidatos sairá do bolso do eleitor, em forma de impostos. O mesmo eleitor que foi às ruas, ou que da sua cadeira digitou criticas nas redes sociais, estará ajudando a financiar os antagonistas que combateu. Pode-se dizer que, antes, desconfiava-se da venda do voto por alguns eleitores para os candidatos. Hoje, pode-se ter certeza, todos pagarão para votar.

Nesse custeio que cai dos céus, ampliando as chances eleitorais das elites, acrescenta-se o autofinanciamento, reforçando o que virá dos cofres públicos. Mais munição para poucos. E menos para a maioria dos concorrentes, especialmente os desconhecidos e novatos. A pretensão da novidade é nobre: controlar a origem das verbas, ampliar a participação dos candidatos descapitalizados e trazer equilíbrio e igualdade na disputa.

Como o eleitor interpretará o emprego dos milhões e milhões de reais do fundo eleitoral? Aprova a entrega da parte do leão para o MDB, PT e PSDB? Concorda que a distribuição para os candidatos seja decidida por critérios internos de cada partido? E o reparte feito a partir de limites e resultados oriundos das eleições passadas? Como vê a concentração de vantagens por candidatos que buscam a reeleição sobre os iniciantes?

Está aí o paradoxo. Para o necessário combate à corrupção, sacrifica-se a renovação, que não acontecerá na escala desejada. A democracia perde. O eleitor paga a conta. E, nas pesquisas, ele desabafa sua frustração.

Sobre pesquisas, descubra porque somos Top de Credibilidade: www.bonilha.com.br

Sexo frágil? Grana forte! Alegria. Candidatas terão 30% do fundo de financiamento das campanhas.


Emmanuel Macron e Justin Trudeau tornaram-se modelos universais. Sua influência faria os candidatos brasileiros, aos governos federal e estaduais, a mudarem o paradigma eleitoral, escapando do jeitinho brasileiro de competir?

O notável desempenho de ambos, na disputa presidencial no Canadá e na França, resultou em vitórias retumbantes, com características pitorescas, despertando a atenção dos marqueteiros eleitorais de vários países. Conquistas oportunas, pois irromperam no momento da exaustão do receituário sugado de Barack Obama.

 Ao contrário de Hillary, o figurino do democrata americano entusiasmou os gestores das campanhas da última década, inclusive brasileiras, até extenuar-se. Decretando o esgotamento das soluções baracknianas, as iniciativas dos candidatos francófonos afrontaram padrões convencionais, despertando a imaginação e a cobiça de lideranças de todos os rincões. Arautos do sucesso franco-canadense começam a percorrer o mundo, aconselhando e propagando  dicas e macetes que por lá funcionaram.

Afinal, qual foi mágica deles? Pesquisadores de mercado que atuam também em pesquisas eleitorais, como nós, não estranharam o emprego dos princípios estratégicos, técnicas analíticas e plataformas costumeiramente usadas no mundo corporativo. Por exemplo, a concepção de um Oceano Azul, em moda nas grandes empresas, impactou decisivamente a performance de Trudeau. Tais ferramentas causam estranheza aos gestores de campanhas afeitos às velhas práticas eleitorais.

Os exemplos desse par, Trudeau e Macron, estão aí para demonstrar a possibilidade de planos de ação diferenciados, mais do que para serem seguidos ao pé da letra, sabendo-se impossível. É perceptível a discrepância entre as duas celebridades da política mundial e os nossos candidatos presidenciais ou pretendentes aos governos estaduais. Diferentes visões, históricos, formações, posturas e temperamentos. Comportamentos arraigados com diminutas aberturas ao risco da inovação.

É difícil imaginar o advento de alguém, nos nossos palanques, com o perfil Trudeau, transformando-se em um case study internacional, em estudo nas renomadas escolas de marketing de vários países, que procuram compreender o êxito da sua atuação. Não neste momento.

Sem dúvida, a première na nova etapa da vida política da dupla foi marcante. Pergunta-se sobre o sequenciamento e como acabará o governo de cada um, novos astros do cenário internacional. Resta aguardar para avaliar se acabarão como estrelas cadentes ou ascendentes ao enfrentarem os desafios de  atendimento aos imperativos dos seus países e ao implementarem suas intervenções globais.

Suplantando a gama de ideologias tradicionais, Trudeau e Macron venceram o anacronismo dos adversários tradicionais.


Na maioria dos países democráticos do planeta, os institutos de pesquisa fazem notar seu protagonismo em todos os momentos decisivos dos processos eleitorais. Independentes ou adstritos à mídia, exercem indiscutível ascendência sobre o planejamento das campanhas eleitorais, enquanto fornecem vigorosa orientação para os eleitores. Integram o bloco das instituições que espreitam e fornecem suporte às eleições,  do início ao término. Partidos, veículos de comunicação, tribunais eleitorais, organizações não governamentais, agências de propaganda e consultorias de marketing - em paralelo com os institutos de pesquisa - empenham-se na seleção e renovação dos governantes. Cada qual exerce sua função: decidir, regular, julgar, influenciar ou informar. E informar, fielmente, em consonância com a realidade social e política, é a missão precípua dos institutos de pesquisa de opinião.

A face oculta do preparo para a conquista do poder, geralmente desconhecida dos eleitores, inclui a identificação prévia de oportunidades e de percalços, que são esquadrinhados e destrinchados por meio de análises, com antecedência de muitos meses. Essa prática é inteiramente calcada em pesquisas de opinião associadas a dados secundários. E novas técnicas analíticas lhe trazem novo fôlego: big data, visualização de dados e análise de sentimentos. Especialmente neste ano, o imenso acervo de manifestações despejadas diária e diretamente nas redes sociais compõem um rico ambiente para  apreciação contínua e criteriosa, pelas pes
quisas, do estado de ânimo do eleitorado.

A disponibilidade de múltiplas fontes de dados desafiam os pesquisadores a convertê-los em informações estratégicas. Os dados que nas eleições anteriores serviam apenas para otimizar processos, agora são insumos para a geração de melhores propostas de valor para conquistar votos e para compor diferenciais competitivos para o candidato. Contribuem para assegurar o bom andamento de uma campanha porque acorrem a desvendar riscos, a ajustar a imagem do disputante, a desenvolver as competências da equipe, a moldar planos de benefícios para os cidadãos e a afinar discursos para obtenção de máxima interação simpática com o eleitor. Sua utilidade vai além: abrange a precaução ou o enfrentamento de momentos adversos, a exemplo das difamações, más notícias, fake news e de outros eventos negativos impactantes no curso da disputa eleitoral.

Todavia, ao contrário do que ocorre nas grandes democracias, em que pese sua imprescindível presença e inegável utilidade, lamentavelmente, as pesquisas políticas e eleitorais sofrem toda sorte de restrições - são inexpressivas em número, duvidosas quanto à qualidade técnica e se originam de poucos  institutos  - empobrecendo o fluxo e a discussão das opiniões dos cidadãos. 
Todos opinam. Até os muros falam. A pesquisa ouve, analisa e interpreta a vontade popular.


O político que não se torna alvo de críticas da mídia por encabeçar fatos tempestuosos, aquele que não tumultua, que se apresenta calmo, ponderado, compenetrado e discreto - tende a capitalizar para si os momentos de estabilidade social e de crescimento econômico. Esta crença, confirmada pelas nossas pesquisas em múltiplas eleições, permanece válida ou está sujeita a mudar neste ano de disputas?

Bem verdade é que esta evidência, apesar de genérica, emanada de contextos amplos e assemelhados, vem orientando a postura de vários candidatos. Todavia a política é dinâmica e as mudanças trazem nuances que somente análises da competitividade podem captar e revelar quais são os fatores críticos responsáveis por impulsionar o comportamento de voto dos diferentes segmentos do eleitorado.

Para o candidato, pragmaticamente, interessa converter os esforços vagos e inespecíficos de marketing eleitoral para uma orientação focada, aplicando mira à laser para atingir o coração e a mente dos eleitores.

Com o avanço da tecnologia, milagrosa na captura e na interpretação de dados, são possíveis ajustes para a representação da realidade dos eleitores com maior exatidão. Sua desmistificação e democratização colocou-a ao alcance até dos candidatos mais alheios ao mundo digital. Tem-se então disputas eleitorais marcadas por predições mais aguçadas: antevê-se o próximo passo dos adversários e prognostica-se a reação dos seus eleitores às diferentes mensagens e estímulos. Tornou-se mais fácil a seleção de táticas geradoras de satisfação, dotadas de maior poder de sedução do público-alvo.

Os gestores das campanhas municiam-se com ferramentas de inteligência capazes de ampliar as chances de vitória. Enfatizam as pesquisas primárias, levantando em primeira mão informações colhidas em entrevistas, grupos focais ou por online surveys; pesquisas secundárias por meio de levantamentos de dados quantitativos pré-existentes; monitoramentos e análises dos conteúdos disseminados nas redes sociais. Tudo visando a identificação de oportunidades de melhor desempenho, aumentando a efetividade das campanhas.

Pesquisas conduzidas por técnicas quantitativas e qualitativas, combinadas e  aprofundadas, prestam precioso auxílio na construção de candidaturas sólidas e de lideranças com forte apelo popular. Quando associadas a outros subsídios da era do big data, resultam numa composição estratégica  insuperável em relação às tradicionais horseraces. Estas, tradicionalmente limitadas,  apontam unicamente quem está na frente, mas não orientam o candidato a conquistar posição vantajosa.
Data science, big data, data analytics, data visualization… enfim, as data driven decisions garantem mais chances ao candidato