Prêmio Nobel de Medicina de 2013, o bioquímico Randy Schekman, faz uma advertência que pode ser estendida para os meios de comunicação de massa. Afirma que as revistas científicas “de luxo” - como a Nature, Science e equivalentes - publicam tanto resultados de pesquisas de extrema importância como das que apenas geram repercussão, ou seja, as de impacto mediático. Sabendo o que os leitores apreciam os editores tendem a atendê-los nos interesses que estão na moda. A divulgação científica, assim, não foge das regras do mercado, situação ruim para a ciência que tende a supervalorizar indistintamente os trabalhos publicados nessas revistas altamente conceituadas. No mesmo caminho, a mídia de massa está utilizando as constatações das pesquisas como forma de ganhar atenção e ampliar a audiência, acenando com grandes números, polêmicas e revelações provocativas. Provas disso serão acumuladas neste ano eleitoral.