Os exemplos
abaixo expõem como a forma de elaborar uma pergunta pode levar a resultados
discrepantes. E alertam para o quanto deve ser cuidadosa a redação de um
questionário de pesquisa para não se produzir vieses que prejudiquem o
entendimento da realidade.
Quem redige um
questionário de pesquisa deve se colocar no lugar de quem vai respondê-lo - independentemente
do nível cultural, situação socioeconômica, gênero e faixa etária. Não pode
pressupor que haverá compreensão tendo por base seu próprio arsenal de
conhecimentos e seu modo de ser. Deve colocar-se do outro lado, “calçar o
sapato” do entrevistado e imaginar se todos os termos usados nas questões serão
entendidos, seja qual for o nível do respondente. Isso não que dizer que temas
complexos não possam ser abordados junto aos diferentes estratos da população,
mas é preciso traduzi-los de uma forma clara para que a incompreensão não leve
a distorções.
Psicólogos
cognitivos e pesquisadores experientes recomendam a inclusão, em todo projeto
de pesquisa de opinião, seja de mercado ou eleitoral, um pré-teste do
questionário. É um recurso essencial para evitar erros e vieses oriundos
não apenas do design amostral e, sim, da própria conversa com o
entrevistado. O exemplo mostrado no início dá uma ideia clara de como uma
simples alteração na forma de perguntar conduz a resultados tão significativamente
diferentes, no caso, em uma pesquisa com 600 amostrados.