Será inevitável um significativo ajuste econômico em 2015, seja qual for o resultado das eleições. A custo do PIB, sim, mas sem recessão. É o que prevê Maurício Molan, economista chefe do banco Santander, em seu diagnóstico das tendências para 2014/2015, apresentado para os membros do Conselho Consultivo do WTC, durante sua 15a. Reunião.

Na ocasião, Rogerio Bonilha alertou para o fato de que as pesquisas estão registrando uma crescente preocupação dos eleitores e consumidores com a queda do poder de compra, alta de preços e endividamento das famílias, embora os índices de inadimplência se apresentem relativamente baixos. Em resposta, Molan ponderou que, de fato, a inflação esta impactando negativamente o modelo de desenvolvimento baseado no consumo e que a inadimplência tenderá a se ampliar.

No entender do economista, este ano, por ser eleitoral, leva o governo a segurar medidas impopulares. Acredita, no entanto, que decisões econômicas mais efetivas não poderão ser evitadas no próximo ano. Seja qual for o governo, elas terão de acontecer, mesmo comprometendo o ritmo de crescimento do pais, mas ainda sem recessão.

Molan (à esquerda) justifica apreensão dos entrevistados relatadas por Bonilha (à direita).