Quando elaboramos uma proposta sempre nos questionamos se ela ira atender as expectativas do cliente. Também nos perguntamos se conhecemos bem suas motivações para contratar uma pesquisa. Esta compreensão possibilita uma elaboração melhor dos objetivos do estudo. Com propósitos bem definidos, os resultados serão mais precisos e úteis.

A tarefa mais delicada na composição de uma proposta é a definição da metodologia. Existem alternativas, seja para a pesquisa qualitativa ou para a quantitativa, que podem ser mais adequadas ou menos adequadas à situação em estudo. Sua seleção exige sensibilidade, imaginação e criatividade, em razão do impacto que terá na qualidade dos resultados e sobre o investimento no projeto.

Entendemos que, metodologicamente, a pesquisa de opinião e mercado emprega princípios científicos. Por isto temos combatido no meio empresarial a ideia da padronização e da massificação comercial da pesquisa. Por ser complexa e flexível, jamais deverá ser vista como uma atividade trivial. Não basta apenas definir quantidade de entrevistas ou de grupos focais, criar  perguntas inspiradas ou emitir relatórios com gráficos atraentes.

Se esta simplificação fosse possível, a pesquisa de mercado não envolveria todos os anos e em todo o mundo, centenas de novos livros, publicações, cursos, congressos, discussões e palestras - especialmente sobre sua metodologia, suas técnicas, as melhores práticas e sua inquestionável importância estratégica.

Portanto, apreciamos muito quando o cliente abre a possibilidade de ancorar a proposta em um diálogo com os diferentes setores da organização para ajustá-la aos objetivos estratégicos da organização e, de uma forma mais ampla, ao contexto do "business".

Há uma forte razão para manter viva uma conversação permanente em todas as etapas do projeto de pesquisa: as empresas são vulneráveis às falácias e aos círculos viciosos de pensamento. São os desvios cognitivos que acabam vitimando decisões. E as pesquisas conduzidas unilateralmente acabam trazendo resultados decepcionantes, responsáveis por acentuar percepções errôneas.