Exceto uns míseros percentuais positivos eventuais, a tensa realidade da indústria marca negativamente a performance da economia como um todo. Sua reduzida competitividade é consequência de fatores bem conhecidos. Três deles somam peso suficiente para puxar para baixo os resultados de empresas industriais independentemente do porte, da época da fundação e do ramo de atividade. São eles: a formação dos atuais gestores, seu tempo de empresa e sua faixa etária. Este comentário restringe-se ao Sul brasileiro.

Avaliações que fizemos em 2011 revelaram que três quartos dos cargos dos setores administrativos e de recursos humanos, na indústria, são ocupados por egressos de cursos superiores que ainda não completaram 40 anos e que possuem menos de cinco anos de experiência nas empresas onde trabalham. Profissionais com capacitação genérica e precária, egressos de universidades ou faculdades que ocupam posições baixíssimas nos rankings nacionais e mundiais, são os executivos que comandam ou dividem responsabilidades pelos destinos da indústria sulista.

A vivência cotidiana dos processos industriais não compensa as deficiências do aprendizado formal. A razão para isso é simples: os ambientes de trabalho se caracterizam, comumente, pelo nível reduzido de incorporação tecnológica, baixa produção, gestão ineficiente, pouca preocupação com a qualidade e, menos ainda, com a inovação.

No contexto internacional, ao contrário, a indústria vem se tornando cada vez mais apta a enfrentar disputas acirradas de mercado, com quadros qualificados para acompanhar a crescente complexidade da atividade e inserir-se na tendência globalizante.

Quanto ao fator cronológico, recém-saídos da juventude e acumulando curto período de empresa, não se pode dizer que os atuais gestores componham quadros experientes e competitivos.

Os números comprovam a existência de uma combinação imperfeita: baixa qualificação e pouca experiência que não são compensadas pelos ambientes de trabalho industrial. Neles predominam índices modestos de exigência e práticas produtivas convencionais.

Algum plano para amparar a indústria do Sul?