Até que ponto você conhece realmente o público-alvo do seu produto? Como é o seu consumidor? É atento, seletivo e racionalizador?  É distraído, compra ocasionalmente ou mantém uma rotina de repetição de compra? Gosta de novidades, é um experimentador que adere a inovações? Compra pela marca ou só pelos benefícios?  Propaga e defende sua escolha?

Conhecer a relação entre consumidor e produto induz a decisões mais seguras de marketing. Para isso, o instrumental das pesquisas de mercado está cada vez mais acessível, ajudando nessa tarefa de investigação e análise das atitudes e tendências do público frente aos produtos.

Alguns profissionais de marketing se contentam com a ideia de que os elementos que trouxeram sucesso a um produto podem ser transferidos, na expectativa de obter resultado semelhante. Exceptuando-se alguns casos, enganam-se, porque cada produto tem sua própria essência, estabelecendo uma relação peculiar com o consumidor. O vínculo é único, nem sempre se reproduzindo de forma igual em relação a outro.

Não é difícil conhecer e compreender o que há de essencial na convivência produto-consumidor. Há alguma semelhança com o relacionamento entre duas pessoas. Em ambos os casos, há áreas comuns a serem consideradas. A primeira delas é a origem da relação. Qual foi a faísca que acendeu o interesse de um pelo outro? (Quais aspectos ou características do produto capturaram primeiro a atenção do consumidor?). Na sequência, é preciso saber como essa relação se desenvolve e se consolida: qual é o estilo de vida da outra pessoa e como ela se comporta no dia-a-dia? (Qual o estilo de vida do consumidor e como o produto participa do seu cotidiano?). E mais: como manter estável e melhorar o relacionamento com a outra pessoa? (Como sustentar a popularidade do produto e ganhar a fidelidade do consumidor?). E é vital saber também: o que pode provocar o fim do relacionamento entre duas pessoas? (O que leva consumidor a abandonar um produto e optar por outro?).

Para compreender a natureza, os  pontos fortes e as fragilidades que envolvem a relação entre produto e consumidor, a abordagem das pesquisas mercadológicas pode variar de acordo com uma série de condicionantes. Tudo deve ser pensado:  desde a categoria em que o produto compete no mercado, seu histórico de vendas dentro dessa classe, seu grau de conhecimento público e as atividades da concorrência, até suas vantagens e limitações.

Ao aplicar pesquisas de produtos, deve-se iniciar pela recapitulação dos fatos conhecidos sobre a experiência do consumidor com a marca. Podem ser provenientes de fontes externas, embora muitas informações estejam dentro da própria empresa (dados de venda, distribuição, SAC, etc). O passo seguinte pode ser a condução de pesquisa com metodologia qualitativa, quantitativa ou a combinação de ambas. Depende do que se pretende: lançar uma nova versão do produto, checar a sensibilidade a preços, avaliar embalagens, testar um conceito ou uma nova ideia. A pesquisa qualitativa procura saber aprofundadamente, penetrando no campo subjetivo e no relacionamento humano, buscando causas e consequências de atitudes, tendo o produto como fundo. A pesquisa quantitativa, como a própria denominação sugere, revela a importância numérica das constatações, permitindo generalizações, úteis para a estratégia mercadológica.

A verdade é que o mercado é dinâmico e tende a ser mais fragmentado e heterogêneo para todos os produtos. Em cada segmento, há uma oferta cada vez maior de marcas e variedade. Os consumidores, por sua vez, tendem a se comportar da lealdade à inconstância, da curiosidade à indiferença. Dominar a essência da sua relação com o produto e a marca é o grande desafio para manter essa ligação mais forte e duradoura.

Quem são os consumidores? Como eles avaliam os produtos? Somente as pesquisas explicam.