O político que não se torna alvo de críticas da mídia por encabeçar fatos tempestuosos, aquele que não tumultua, que se apresenta calmo, ponderado, compenetrado e discreto - tende a capitalizar para si os momentos de estabilidade social e de crescimento econômico. Esta crença, confirmada pelas nossas pesquisas em múltiplas eleições, permanece válida ou está sujeita a mudar neste ano de disputas?

Bem verdade é que esta evidência, apesar de genérica, emanada de contextos amplos e assemelhados, vem orientando a postura de vários candidatos. Todavia a política é dinâmica e as mudanças trazem nuances que somente análises da competitividade podem captar e revelar quais são os fatores críticos responsáveis por impulsionar o comportamento de voto dos diferentes segmentos do eleitorado.

Para o candidato, pragmaticamente, interessa converter os esforços vagos e inespecíficos de marketing eleitoral para uma orientação focada, aplicando mira à laser para atingir o coração e a mente dos eleitores.

Com o avanço da tecnologia, milagrosa na captura e na interpretação de dados, são possíveis ajustes para a representação da realidade dos eleitores com maior exatidão. Sua desmistificação e democratização colocou-a ao alcance até dos candidatos mais alheios ao mundo digital. Tem-se então disputas eleitorais marcadas por predições mais aguçadas: antevê-se o próximo passo dos adversários e prognostica-se a reação dos seus eleitores às diferentes mensagens e estímulos. Tornou-se mais fácil a seleção de táticas geradoras de satisfação, dotadas de maior poder de sedução do público-alvo.

Os gestores das campanhas municiam-se com ferramentas de inteligência capazes de ampliar as chances de vitória. Enfatizam as pesquisas primárias, levantando em primeira mão informações colhidas em entrevistas, grupos focais ou por online surveys; pesquisas secundárias por meio de levantamentos de dados quantitativos pré-existentes; monitoramentos e análises dos conteúdos disseminados nas redes sociais. Tudo visando a identificação de oportunidades de melhor desempenho, aumentando a efetividade das campanhas.

Pesquisas conduzidas por técnicas quantitativas e qualitativas, combinadas e  aprofundadas, prestam precioso auxílio na construção de candidaturas sólidas e de lideranças com forte apelo popular. Quando associadas a outros subsídios da era do big data, resultam numa composição estratégica  insuperável em relação às tradicionais horseraces. Estas, tradicionalmente limitadas,  apontam unicamente quem está na frente, mas não orientam o candidato a conquistar posição vantajosa.
Data science, big data, data analytics, data visualization… enfim, as data driven decisions garantem mais chances ao candidato