Temporada de eleições. Previsão de quais candidatos com maior chance de ganhar: os de sempre. E o modus operandi junto ao eleitor? O anacrônico.

Candidatos iniciam as romarias de praxe, implorando voto, amparados em propostas óbvias que enfatizam a existência e a quantidade: não têm nenhum, então vai ter; existe apenas um, então vai ter mais. Mais policiais, mais vagas nas creches, mais médicos, mais leitos nos hospitais, mais de tudo. Repetição das promessas das eleições do século passado. E deste também. Embaladas em velhas roupagens, superficialmente customizadas para a ocasião.

Novas regras chegaram, porém sem o condão da renovação. Chegou o bilionário financiamento público, consolidando velhos hábitos a peso de ouro. O dinheiro para financiar os candidatos sairá do bolso do eleitor, em forma de impostos. O mesmo eleitor que foi às ruas, ou que da sua cadeira digitou criticas nas redes sociais, estará ajudando a financiar os antagonistas que combateu. Pode-se dizer que, antes, desconfiava-se da venda do voto por alguns eleitores para os candidatos. Hoje, pode-se ter certeza, todos pagarão para votar.

Nesse custeio que cai dos céus, ampliando as chances eleitorais das elites, acrescenta-se o autofinanciamento, reforçando o que virá dos cofres públicos. Mais munição para poucos. E menos para a maioria dos concorrentes, especialmente os desconhecidos e novatos. A pretensão da novidade é nobre: controlar a origem das verbas, ampliar a participação dos candidatos descapitalizados e trazer equilíbrio e igualdade na disputa.

Como o eleitor interpretará o emprego dos milhões e milhões de reais do fundo eleitoral? Aprova a entrega da parte do leão para o MDB, PT e PSDB? Concorda que a distribuição para os candidatos seja decidida por critérios internos de cada partido? E o reparte feito a partir de limites e resultados oriundos das eleições passadas? Como vê a concentração de vantagens por candidatos que buscam a reeleição sobre os iniciantes?

Está aí o paradoxo. Para o necessário combate à corrupção, sacrifica-se a renovação, que não acontecerá na escala desejada. A democracia perde. O eleitor paga a conta. E, nas pesquisas, ele desabafa sua frustração.

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Sexo frágil? Grana forte! Alegria. Candidatas terão 30% do fundo de financiamento das campanhas.