Os candidatos, montados em seus cavaletes, chegaram sorridentes como nunca, tendo a companhia dos correligionários, da falta de imaginação e do bom senso. Acenaram para multidões fictícias e apertaram mãos constrangidas. Despejaram propostas mirabolantes para seguidores imaginários. Cantaram jingles de encantamento para atrair os miseráveis e  hinos de guerra para afastar os adversários. Panfletaram panoramicamente. Na reta final, a realidade relampeja. Saturados da própria vaidade, intoxicados de hipocrisia alheia e exaustos de tudo, chegam ao fim. Hora de fazer e refazer cálculos de vitória ou derrota e ensaiar rotas de fuga ou de festa. Preparam sua retirada para o vazio do purgatório ou, tangidos pela sorte, ensaiam sua estreia ou retorno para o paraíso do faz de conta.

Chi lo sa?