Sempre defendemos a regionalização do Censo, em todas as etapas. Do planejamento à execução. Ao IBGE caberia apenas a coordenação nacional e o controle da obediência a uma metodologia única.
Caberia aos estados, em conjunto com seus municípios, definirem quais dados seriam de importância regional e municipal, para compô-los com os pontos padronizados comuns ao país definidos pelo IBGE. Em outras palavras, o Censo iria atender a demanda por estatísticas nacionais, mas ao mesmo tempo detectariam pontos específicos regionais e municipais, imprescindíveis para embasar as políticas locais. A participação das gestões municipais e estaduais nesse esforço coletivo seria indispensável, para a instituição de uma base de dados atualizada e compartilhada.
Quanto à execução, todos esses bilhões de reais previstos talvez pudessem ser repassados, com economia, para as instituições de ensino superior e institutos de pesquisa privados, que teriam a chance de envolver suas equipes e colaboradores nas comunidades, principalmente na coleta domiciliar.
Os Censos sempre foram realizados mediante esforço extraordinário, entremeados de problemas de campo, despendendo anos para o processamento final e início da disponibilização de dados, que nem sempre podem ser desagrupados. Para a correção de erros e vieses são utilizados artifícios sofisticados de estatística. Alguns municípios contestam os resultados, até na justiça, enquanto outros realizam suas próprias pesquisas para conhecer de perto sua realidade.