O mercado está acompanhando ansiosamente a evolução do Google Glass. O aparelho, que parece ter saltado diretamente das páginas de ficção cientifica para as faces dos engenheiros da Google, carrega grandes promessas. Além da função tradicional, poderá substituir inúmeras telas e monitores. Nós, da pesquisa de opinião e mercado, estamos “de olho” nele por outra razão: é mais um recurso promissor para a investigação.
O equipamento tem o potencial de disponibilizar para o consumidor atributos e características em tempo real, sobre os produtos visualizados, orientando a seleção e a decisão de compra. O registro dessas informações, acompanhado pela captura de gestos e diálogos nos cenários em que ocorrem, ajudará a compor substanciosos acervos, tanto quantitativos como qualitativos. Está próximo o dia em que o portador dos óculos poderá, por exemplo, ao término da sua compra, disponibilizar todas as etapas do processo para alimentar as bases de dados dos institutos de pesquisas. Não apenas números, mas imagens, que irão constituir material substancioso para analistas de pesquisa e de marketing capturem tendências ainda em formação.
Vozes já se fazem ouvir alertando que o Google Glass é mais um instrumento de invasão da privacidade e de espionagem da vida, hoje já tão exposta, dos cidadãos. Ficará mais fácil o controle do que se lê, do que se compra, do que se ouve, do que se come, do que se faz no trabalho, ou mesmo do que se vê na própria televisão embutida na engenhoca. Claro, tudo isso seria abusivo, se fosse feito sem o consentimento. No caso do consumidor recrutado para fazer parte dessas pesquisas, seria mais uma oportunidade de ganho mediante o "aluguel" do seu cotidiano.