A urna eletrônica, ela sim, precisa conhecer com a máxima segurança quem o eleitor é. Hoje existem métodos para checar a identidade do cidadão. São os que os bancos usam. Para votar, as urnas brasileiras, na sua singeleza, não exigem upload de dados, senha do eleitor, resposta às questões que só o eleitor saberia responder. O método é mais elementar: presença física, um documento com o nome e a digital. Faz parte do kit da urna o lenço de papel, pois nem sempre a datiloscopia funciona. Há risco? Há discussões a respeito, preocupações de especialistas em segurança cibernética, mas nenhuma hipótese de fraude ou acesso ilegal foi comprovada. Estará superada em breve? Sim.
Tecnologia nova já existe e, em eleições estrangeiras, vem sendo gradativamente testada. A forma de identificação de dois fatores, talvez você conheça, é avançada principalmente se conjugada com a leitura digital ou facial. Em breve, quando as urnas eletrônicas forem substituídas por meios mais práticos e invulneráveis, você poderá votar tal como opera atualmente sua conta bancária, no computador ou no celular. Fazer um pagamento é algo semelhante a votar. Você compra, com o valor do seu voto, o serviço que um representante político irá prestar à comunidade.
O progresso está chegando com o processamento blockchain. Transparência é a grande vantagem. Seu voto em blockchain não desaparece: terá como acompanhá-lo, desde o momento em que o efetivar, até o destino final, a contagem e o resultado. Conhecerá seu trajeto inteiro. E tem gente ainda querendo implantar o recibo do voto em papel impresso. Mediante blockchain seu voto entra numa corrente que o impede de ser hackeado ou alterado, enquanto você permanece anônimo. Creia, é matematicamente possível provar que você votou sem dar a conhecer a sua existência. A coisa chama-se "zero-knowledge proof".
A responsabilidade da Justiça Eleitoral, dos partidos políticos e dos candidatos é oferecer um sistema seguro de votação que conquiste o máximo de confiança do eleitorado, garantindo a legitimidade de cada voto. Tecnologia ajuda.
Hora de renovar: novos equipamentos para votar e novos líderes para governar. |