Quer saber? Na política é comum o tratamento, entre os pares, de companheiro. Já o campanheiro é alguém incumbido de organizar uma campanha eleitoral. Muitos já são profissionais. E o campainheiro? O termo vem da atividade de tocar sino e apertar campainhas avisando irmãos sobre a procissão. No caso, alertando eleitores sobre eventos da campanha ou presença do candidato em alguma rua. Ou substituindo campainhas por panfletagem.

Sem pesquisas, milhares de candidatos encontram-se dependentes das experiências de campanhas do passado e também dos palpites dos companheiros, campanheiros e campainheiros.do presente. Contudo, sabe-se que cada campanha é única, produz conhecimento típico, distinto das vivências eleitorais anteriores. 

A pesquisa política permite um aprendizado atualizado e rápido do contexto e, dentro dele, de situações de risco súbito, inéditas e súbitas, inspirando soluções imediatas de segurança e estabilidade. Embasam planos que funcionam em momentos de incertezas. 

Seus resultados, por serem neutros e anônimos, igualmente são úteis para criar relações confiáveis e conexões fortes entre os seus mentores e participantes. 

Uma campanha bem estruturada e coerente com a realidade torna-se resiliente e vigorosa na persuasão dos eleitores - quando reforçada por pesquisas de opinião estratégicas metodologicamente corretas.

Milhares de campanhas eleitorais, milheiros de candidatos em dúvida e milhões de eleitores inseguros sobre em quem votar.


A arena eleitoral está aí, quase definida. Os competidores, em sua maioria, estão ganhando seus 15 minutos de fama. Por sua vez, os mais conhecidos ampliam sua presença, usando todos os artifícios para tal. E já são percebidas as articulações, interesses e alinhamentos de forças nas convenções.

A mídia cumpre expõe seguidamente as manifestações de suspeitas e exagera casos isolados, alimentando emoções e sentimentos de todos os tipos. Na maior parte são efêmeras e ocasionais. Algumas tornam-se artificialmente duradouras e periódicas, contudo artificiais e instrumentadas. Essas fornecem sustentação às utopias polarizadas, na expectativa de um dos lados preponderar e transformar-se em realidade.

Determinados veículos da mídia tradicional, arriscam sua credibilidade assumindo e assinando posições arriscadas, batendo pesadamente em adversários reais e virtuais, tanto analógica como digitalmente, desconhecendo-se o efeito dessa atitude na formação do voto.

Esse panorama, assim descrito, não garante segurança para os analistas criarem hipóteses sobre o adensamento das correntezas de pensamento dos eleitores. 

Posto que a opinião pública não se revela, mantendo-se silenciosa, sigilosa, em gestação lenta, escondendo suas intenções e vergonhas, seus likes e dislikes. Poderia ser chamada de opinião oculta.

O contexto deste momento não é retratado pelos meios de comunicação de forma séria e fidedigna, livre de turbulências e fake news. Encontra-se encoberto por camadas de espuma semântica, prestidigitações e percentuais de pesquisas fantasiosas, asfixiando o real discernimento da sociedade.

O que irá acontecer, nas próximas semanas, com essa opinião entocada e comprimida? Eclodirá repentinamente de forma acéfala e caótica? Produzirá um líder com a força e foco de um super-herói? Revelar-se-á cindida e débil pela corrosão das controvérsias? Será um tsunami que se desintegrará na praia desfazendo-se em marolas suaves? Não há resposta.

O fato é que não existe monitoramento informacional real e contínuo, metodologicamente correto, sobre o surgimento, crescimento e consolidação de tendências de atitudes e comportamentos sobre as eleições. Imperativo seria um acompanhamento eficiente, como recurso crucial para o design de cenários estratégicos para uso das lideranças políticas, dos stakeholders e principalmente dos gestores das campanhas. Tendo por beneficiário final, claro, um eleitorado bem informado.

Camadas de espuma semântica, prestidigitações e percentuais de pesquisas fantasiosas arrocham e aprisionam a verdadeira opinião pública.